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IBS na base do ICMS pode gerar nova onda de judicialização tributária

Inclusão do IBS na base de cálculo do ICMS pode criar 'filhote' da Tese do Século e aumentar judicialização, alerta coordenador.
IBS na base do ICMS pode gerar nova onda de judicialização tributária
Fonte: Contábeis

Você já ouviu falar no IBS? Pois é, essa nova tributação da reforma tributária pode estar prestes a criar uma nova dor de cabeça para contribuintes e estados. A inclusão do Imposto sobre Bens e Serviços na base de cálculo do ICMS durante o período de transição está gerando preocupações sobre uma possível judicialização em larga escala.

O que é o ‘filhote’ da Tese do Século que preocupa especialistas

A Tese do Século foi uma grande questão tributária que gerou milhares de processos judiciais. Ela envolvia a cobrança indevida de impostos sobre operações interestaduais. Muitas empresas conseguiram recuperar valores pagos a mais através de ações na Justiça.

Como o IBS pode criar um “filhote” dessa tese

Agora, especialistas identificam um problema similar com o IBS na base do ICMS. Durante o período de transição da reforma tributária, o IBS será incluído no cálculo do ICMS. Isso significa que um imposto entra na base de cálculo de outro imposto.

Muitos especialistas consideram essa prática questionável do ponto de vista legal. Eles argumentam que um imposto não deveria servir de base para outro imposto. Essa situação lembra muito os problemas da Tese do Século original.

Por que isso preocupa tanto os especialistas

A principal preocupação é que essa questão pode gerar uma nova onda de judicialização. Empresas poderiam questionar na Justiça a inclusão do IBS na base do ICMS. Isso criaria incerteza para os contribuintes e para os estados.

Os estados defendem a inclusão para não perder arrecadação durante a transição. Mas os contribuintes podem argumentar que estão pagando impostos sobre impostos. Essa discussão tem potencial para se tornar uma nova batalha judicial em larga escala.

O coordenador do Comitê Gestor já alertou sobre esse risco. Ele comparou a situação com um “filhote” da Tese do Século. A questão pode se arrastar por anos nos tribunais, gerando custos para todos os envolvidos.

Por que a inclusão do IBS na base do ICMS gera controvérsia

A inclusão do IBS na base de cálculo do ICMS gera controvérsia por vários motivos. O principal problema é que um imposto estaria sendo cobrado sobre outro imposto. Isso vai contra princípios básicos do direito tributário.

O princípio da não-cumulatividade

O ICMS é um imposto não-cumulativo. Isso significa que empresas podem compensar o imposto pago em operações anteriores. A inclusão do IBS na base do ICMS quebra esse princípio. O IBS não seria compensável, mas entraria no cálculo de outro imposto.

Especialistas argumentam que isso cria uma bitributação indireta. As empresas pagariam ICMS sobre o valor do IBS. Isso aumenta o custo final das operações para os contribuintes.

Questões de competência tributária

Outro ponto controverso é a competência para tributar. O IBS será um imposto federal, enquanto o ICMS é estadual. A inclusão de um imposto federal na base de cálculo de um imposto estadual levanta questões constitucionais.

Os estados defendem que precisam dessa medida para manter a arrecadação. Eles argumentam que sem o IBS na base, perderiam receita durante a transição. Mas os contribuintes questionam a legalidade dessa prática.

Impacto nos preços ao consumidor

A inclusão do IBS na base do ICMS pode aumentar os preços finais. O consumidor pagaria mais pelos produtos e serviços. Isso acontece porque o custo tributário seria maior para as empresas.

Muitos especialistas consideram essa prática uma forma de tributação em cascata. Um imposto sobre outro imposto gera um efeito multiplicador nos custos. Isso pode prejudicar a competitividade das empresas brasileiras.

A controvérsia já está gerando debates entre especialistas e autoridades. A solução pode depender de uma lei complementar para regular a questão. Enquanto isso, a incerteza jurídica continua.

A posição dos estados: arrecadação em risco sem o IBS no cálculo

Os estados têm uma posição muito clara sobre a inclusão do IBS na base do ICMS. Eles argumentam que sem essa medida, perderiam uma parte significativa da arrecadação. Durante o período de transição, essa perda seria especialmente crítica.

O impacto financeiro para os estados

Os governadores calculam que a exclusão do IBS da base do ICMS causaria um rombo nas contas estaduais. Essa perda poderia chegar a bilhões de reais por ano. Os estados dependem do ICMS para financiar serviços essenciais como saúde e educação.

Sem o IBS na base de cálculo, o valor do ICMS arrecadado seria menor. Isso acontece porque a base tributária ficaria reduzida. Os estados teriam que encontrar outras fontes de receita ou cortar gastos.

Por que a transição é tão importante

O período de transição da reforma tributária vai até 2033. Durante esse tempo, o IBS vai substituir gradualmente vários impostos atuais. Os estados precisam manter a arrecadação enquanto o novo sistema é implantado.

Eles argumentam que a inclusão do IBS na base do ICMS é essencial para uma transição suave. Sem isso, haveria um choque na arrecadação estadual. Isso poderia afetar serviços públicos em todo o país.

A visão dos governadores

Os governadores estão unidos na defesa dessa medida. Eles enviaram uma carta ao Congresso explicando sua posição. Na carta, alertam sobre os riscos para as finanças estaduais.

Eles também argumentam que a medida é temporária. A inclusão do IBS na base do ICMS só vale durante o período de transição. Depois de 2033, o sistema tributário será totalmente reformado.

Os estados reconhecem as críticas dos contribuintes. Mas defendem que a medida é necessária para evitar uma crise fiscal. Eles preferem resolver a questão através de uma lei complementar.

Como uma lei complementar poderia resolver o impasse

Uma lei complementar pode ser a solução para o impasse sobre o IBS na base do ICMS. Esse tipo de lei tem força especial na Constituição. Ela pode regular questões específicas do sistema tributário.

O que uma lei complementar pode fazer

A lei complementar poderia autorizar expressamente a inclusão do IBS na base do ICMS. Isso daria segurança jurídica para estados e contribuintes. A medida deixaria de ser questionável e se tornaria legal.

O Congresso Nacional teria que aprovar essa lei. Ela precisaria da maioria absoluta dos deputados e senadores. Esse processo garantiria um debate amplo sobre o tema.

Por que essa solução é preferível

Uma lei complementar evita a judicialização em massa. Os contribuintes não precisariam ir à Justiça para questionar a medida. Isso economizaria tempo e recursos para todos os envolvidos.

Os estados teriam certeza sobre sua arrecadação durante a transição. As empresas saberiam exatamente quais regras seguir. A insegurança jurídica seria reduzida significativamente.

Os desafios para aprovar a lei

Aprovar uma lei complementar não é simples. Ela exige consenso entre diferentes partidos políticos. Os interesses dos estados e da União precisam ser equilibrados.

Os contribuintes podem fazer lobby contra a medida. Eles argumentam que pagariam mais impostos. Os estados, por outro lado, defendem a necessidade de manter a arrecadação.

O prazo também é um desafio. A transição já começou e as regras precisam ser definidas. Quanto mais tempo passar, maior a incerteza para todos.

O papel do Comitê Gestor

O Comitê Gestor da reforma tributária pode ajudar nesse processo. Ele pode elaborar propostas técnicas para o Congresso. Essas propostas serviriam de base para a lei complementar.

O comitê já alertou sobre os riscos da judicialização. Ele defende uma solução legislativa para o problema. Isso mostra que há consenso sobre a necessidade de uma lei.

A lei complementar parece ser o caminho mais seguro. Ela resolveria o impasse de forma democrática e legal. Todos os lados teriam voz no processo legislativo.

Por que o regulamento do Comitê Gestor não resolve a questão

O Comitê Gestor da reforma tributária elaborou um regulamento sobre o IBS e o ICMS. Porém, esse regulamento não resolve completamente a questão. Ele tem limitações importantes que precisam ser entendidas.

Limitações do poder regulamentar

O Comitê Gestor não tem poder para criar leis. Ele só pode regulamentar o que já está na Constituição. A inclusão do IBS na base do ICMS é uma questão que vai além do poder regulamentar.

O regulamento do comitê pode orientar a aplicação das regras. Mas não pode modificar princípios constitucionais do direito tributário. Isso limita sua capacidade de resolver o impasse.

Falta de segurança jurídica

Mesmo com o regulamento, a questão continua sujeita a questionamentos judiciais. Contribuintes podem argumentar que o comitê excedeu seus poderes. Isso mantém a insegurança jurídica sobre o tema.

Os tribunais podem anular partes do regulamento. Eles podem considerar que o comitê invadiu competência do Legislativo. Essa possibilidade preocupa estados e contribuintes.

O alerta do próprio coordenador

O coordenador do Comitê Gestor já admitiu as limitações. Ele alertou que o regulamento pode criar um “filhote” da Tese do Século. Isso mostra que o próprio comitê reconhece os riscos.

Ele defende que uma lei complementar é a solução ideal. O regulamento serviria apenas como uma medida temporária. Mas temporária não significa segura do ponto de vista jurídico.

Questões de competência

O Comitê Gestor é um órgão técnico e administrativo. Ele não tem competência para decidir sobre questões constitucionais. A relação entre IBS e ICMS envolve princípios fundamentais do direito tributário.

Essas questões devem ser resolvidas pelo Congresso Nacional. Só o Legislativo pode criar leis que modifiquem o sistema tributário. O comitê pode apenas implementar o que já foi aprovado.

O regulamento ajuda na transição prática. Mas não resolve as dúvidas sobre a legalidade da medida. Por isso, especialistas continuam defendendo uma solução legislativa.

O prazo de transição: até 2033 com IBS na base do ICMS

O período de transição da reforma tributária vai até 2033. Durante esse tempo, o IBS continuará na base de cálculo do ICMS. Esse prazo longo tem implicações importantes para todos os envolvidos.

Por que o prazo é tão extenso

Nove anos de transição permitem uma adaptação gradual. As empresas terão tempo para se ajustar às novas regras. Os estados poderão planejar suas finanças com mais segurança.

A transição começa com o IBS substituindo alguns impostos. Aos poucos, mais tributos serão incorporados ao novo sistema. Essa mudança gradual evita choques na economia.

O que acontece durante a transição

Nos primeiros anos, o IBS terá alíquotas mais baixas. Elas aumentarão gradualmente até 2033. Enquanto isso, o ICMS continuará sendo cobrado com o IBS na base.

As empresas precisarão acompanhar essas mudanças. Elas terão que ajustar seus sistemas de cálculo tributário. A contabilidade ficará mais complexa durante esse período.

Os desafios da transição prolongada

Nove anos é muito tempo para manter uma regra questionável. A inclusão do IBS na base do ICMS pode ser contestada a qualquer momento. Isso cria incerteza jurídica prolongada.

Os contribuintes podem decidir esperar para ver o que acontece. Ou podem entrar com ações judiciais imediatamente. Cada empresa terá que avaliar seus riscos.

O que acontece depois de 2033

Após 2033, o sistema tributário será totalmente reformado. O IBS substituirá completamente vários impostos atuais. A inclusão do IBS na base do ICMS deixará de existir.

Até lá, todos terão que conviver com as regras de transição. Estados, empresas e consumidores se adaptarão ao novo sistema. O sucesso da reforma dependerá dessa fase inicial.

O prazo longo oferece oportunidades e riscos. Ele permite ajustes, mas também prolonga a incerteza. A solução definitiva pode vir antes do fim da transição.

Fonte: Contábeis

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